(Sétima e última parte) Nesse trabalho vem sendo ressaltado o “imaginário” anticomunista procurou-se observar, tanto nas referências historiográficas, como nos documentos selecionados para este trabalho, que durante a ditadura militar esse anticomunismo agiu em conjunto com grupos católicos. As Marchas da Família, com Deus, pela Liberdade, estas eram organizadas por grupos católicos e conservadores pertencentes à classe média urbana e manifestavam-se a favor dos “tradicionais valores cristãos, considerados, por eles, ameaçados pela sociedade moderna – o matrimônio, a família, o terço e o rosário – e condenavam principalmente o risco do comunismo”. Essas marchas desempenharam uma função de “radicalização da censura” com suas missivas e abaixo-assinados, que tentavam combater a pornografia. Nas cartas remetidas aos órgãos de censura aparecem diversas organizações religiosas e algumas pessoas comuns se manifestando junto ao poder público em defesa da moral e dos bons costumes pe...
(Sexta Parte) Como vem sendo ressaltado no texto, a “revolução sexual” evidenciou práticas dissonantes dos valores mais conservadores apregoados por setores da sociedade e pelos “dirigentes” do país. Comportamentos sociais relativos aos modos de sentir, agir e amar suscitaram divergências influenciando, também, na organização - ou institucionalização – da censura. Política e (I)moralidade recebiam enfoque, um tanto que distorcido e os censores passaram a avaliar as produções artísticas à guisa de detectar as mensagens subliminares de elementos subversivos para combatê-las 4. Com uma forte tradição católica, uma parte da população – representada por associações comunitárias, membros de Igrejas, confederações de famílias cristãs, etc. – pressionavam o governo em defesa da moral e dos bons costumes. Em uma carta da Confederação das Famílias Cristãs, em 26 de janeiro de 1973, enviada ao Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, denunciando a exibição de filmes com con...